28/09/2021

O que a arquitetura africana e Francis Kéré têm a nos ensinar

A arquitetura africana tem recebido merecida atenção internacional na última década e um dos principais responsáveis por isso é, sem dúvida, Diébédo Francis Kéré. Natural de Gando, Burkina Faso, Kéré se formou em arquitetura na Technische Universität Berlin, Alemanha. Hoje, mantém filiais de seu escritório Kéré Architecture em ambos os países, com o qual busca desenvolver trabalhos na “intersecção da utopia com o pragmatismo”, explorando a fronteira entre a arquitetura ocidental e a prática local.

Conhecido por envolver a comunidade no processo de construção de seus edifícios, Kéré e seu escritório vêm desenvolvendo trabalhos que extrapolam os limites convencionais da arquitetura e tocam temas como economia local, migrações, cultura e equidade.

A entrevista realizada por Romullo Baratto, do ArchDaily, está na integra AQUI e aborda de forma ampla os projetos e a visão de arquitetura de Kéré. Nós da Olimóveis Urbanismo selecionamos algumas frases que nos fazem refletir sobre arquitetura e os novos conceitos de investir e morar. Confira:

“Minha solução consiste em projetar e construir para a escassez, em contextos onde não há recursos para pagar por eletricidade, mas o que estou fazendo não é apenas para as pessoas ou regiões pobres. Mesmo um país rico hoje em dia não pode se dar ao luxo de desperdiçar energia. Soluções passivas são excelentes.”

Um dos materiais mais utilizados na África para as construções é a terra, que passou a ser um material trabalhado de diferentes métodos, possibilitando edifícios modernos, mas com o mesmo barro utilizado anteriormente.

“Penso que um edifício que se relaciona com os elementos – a luz, as aberturas, cores, materialidade – oferece mais a uma criança do que uma sala onde se pode ensinar o alfabeto. Estes espaços inspiram as crianças. E acredito que pessoas inspiradas podem ter ideias e fazer com que essas ideias se tornem realidade. É por isso que acho que um edifício deve ser mais, não importa o que seja. Se for inspirador, já é um grande serviço à humanidade.”

O arquiteto nasceu de uma realidade de cabanas feitas de lama, falta de educação e pouca expectativa de vida. Hoje é um arquiteto reconhecido internacionalmente que se dedica a criar propostas que melhoram as condições de vida das pessoas em comunidades pobres da África.

Ele não só criou belos edifícios como propostas sustentáveis e visionárias que contribuem, realmente, para a melhoria das condições de vida das pessoas. Seu foco principal é tratar de questões relevantes, como pobreza e mudanças climáticas – sem jamais se esquecer do seu país. Por meio dele, foi construída a primeira escola da comunidade onde nasceu.

“Não é porque você tem recursos limitados que deve aceitar a mediocridade. Não, eu nunca aceito isso! Tento fazer coisas das quais me orgulho.”

 

Leia a entrevista completa em ArchDaily.

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