27/07/2020
Um mercado imobiliário em transformação
Em meio às incertezas econômicas geradas pela crise do coronavírus, o investidor brasileiro hoje vive um dilema sobre como posicionar seus ativos. Se por um lado a renda fixa fica cada vez menos atrativa com a taxa Selic em queda, na outra ponta a Bolsa ainda é um ambiente de muita volatilidade.
E então chegamos ao imóvel, considerado um investimento seguro e, historicamente, um dos tipos de investimentos mais tradicionais do brasileiro. Isso porque há tendência de valorização, o que tende a gerar bons ganhos na hora da revenda ou, ainda, no caso de terrenos, numa parceria com uma incorporadora, por exemplo.
A compra de um imóvel à vista, ou quando ele ainda estiver em etapa de lançamento, rende boas negociações, mas o que o atual cenário vem oportunizando são boas oportunidades também para quem quer financiar.
Isso porque com os cortes históricos na taxa básica, a Selic, caem substancialmente também os demais juros. Segundo levantamento do portal Estadão, no começo do ano passado, a taxa de juro médio do financiamento imobiliário era de 8,31% ao ano; dois anos antes, estava em 10,90%. Hoje é de 7,16%. Estima-se que cada ponto porcentual de redução do juro representa 8% de desconto na parcela do financiamento.
A valorização da nossa casa
A pandemia trouxe consigo também muitas mudanças comportamentais. A valorização da qualidade de vida ao invés apenas da praticidade é uma delas. Segundo a Agência Brasil, em maio foi registrado um crescimento de 19% na busca por imóveis com quintais, quando comparado a abril. Na comparação com maio de 2019, o crescimento é ainda maior – 96% de alta na procura por esse tipo de imóvel.
O levantamento aponta também que, a partir de março, houve aumento na busca por imóveis mais afastados dos centros urbanos. Entre fevereiro e março o aumento ficou em 52%. Entre março e abril, 40%; e, entre abril e maio, mais 23%. Na comparação com 2019, o crescimento chegou a 310%.
O movimento de buscar casas para viver, com um pátio e grama cresceu em todos os Estados do país. Uma mudança de vida que começa a despontar entre os brasileiros como tendência: passar mais tempo em nosso lar, com espaços internos – e se possível externos – confortáveis e integrados a nossa rotina.