08/10/2020

Imóvel, o investimento do momento

Aplicação rendeu 15,3% ao ano na última década, conforme dados da Abrainc. Queda na taxa de juros e expectativa de recuperação do mercado imobiliário tornam esse investimento cada vez mais atrativo

 

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) calcula que o investimento em imóveis tenha rendido, em média, 15,3% ao ano na década que vai de 2009 a 2019. A soma considera tanto o retorno médio do aluguel, de 5,9% ao ano, como a valorização dos imóveis de 9,4% ao ano.

Os dados divulgados pelo portal Valor acrescentam que de 2009 a 2014, houve o ‘boom’ do mercado imobiliário, com alta nos preços dos imóveis e valorização anual de quase 25% sobre o preço de compra. Nesse período, um imóvel de, por exemplo, R$ 100 mil passava a valer em média R$ 125 mil dentro de um ano.

O economista Ricardo Amorim aposta que o Brasil está vivendo um novo ‘boom’ imobiliário, resultado de basicamente duas razões: “A mais importante delas é a disponibilidade de crédito, que vai transformar não apenas o setor imobiliário, mas muitos outros fatores da economia brasileira. A segunda razão é consequência da pandemia, que fez as pessoas ficarem em casa por muito tempo e, com isso, adquirirem novos hábitos, questionarem as suas prioridades e, em muitos casos, mudarem as preferências de onde elas querem morar, como elas querem trabalhar, e quais são as características de imóveis que melhor estarão associados a isso”, lista Amorim.

O presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, destaca que o mercado imobiliário tem se mostrado resiliente, efetivando uma rentabilidade boa no longo prazo, mesmo diante de momentos de dificuldades. “No atual contexto de juros baixos, com Selic de 2%, o investimento em imóvel fica ainda mais atrativo e vantajoso, principalmente quando é comparado com a renda fixa e considerando que os ativos reais tendem a se valorizar com juros baixos”, diz.

O alto déficit habitacional no Brasil também é um dos pontos que, para França, são incentivadores do mercado. Em 2017, o déficit era de 7,8 milhões de unidades, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Abrainc. “Tem tanta gente que precisa comprar imóvel que mesmo com a crise o mercado segue. O financiamento está mais barato e mais longo no mercado brasileiro e as pessoas acabam comprando o imóvel que caiba no bolso delas e que vai ter um ativo com tendência de valorização, afirma França.

Na Olimóveis Urbanismo a procura por imóveis se manteve durante o ano e novos lançamentos ganharam força. Um exemplo é a fase II do Loteamento Villa Romana, em Flores da Cunha. “Tivemos nos últimos meses um avanço expressivo em vendas da primeira fase do projeto, e inclusive demanda de clientes para mais ofertas. Por isso aceleramos o lançamento dessa nova fase comercial”, comemora Felipe Lazzeri, gerente Comercial da Olimóveis. O lançamento comercial da fase II traz ao mercado novos terrenos que variam de 300m² a 1.300m², com entrega prevista para dezembro de 2021. 

 

Juros mais baixos deixam financiamento imobiliário 30% mais barato

O achatamento da taxa básica de juros Selic pode até ter castigado o investidor da renda fixa, mas trouxe boas notícias para quem quer ou precisa comprar um imóvel. O ambiente de juros mais baixos estimulou as instituições financeiras a reduzir as taxas dos financiamentos imobiliários. Se em 2017 cobravam-se, em média, 11% de juros, hoje os principais players do mercado praticam taxas abaixo de 7%.

Para se ter uma ideia do impacto que isso representa, a plataforma de intermediação imobiliária Kzas simulou o financiamento de um imóvel de R$ 500 mil em dois cenários: com juros de 10,5% e 6,99%. Em ambos, a entrada é de R$ 100 mil e o saldo restante é financiado em 30 anos. No primeiro cenário, o mutuário paga uma parcela inicial de R$ 4.630,43. No segundo, esse mesmo empréstimo começa com prestação de R$ 3.369,60.

Como os bancos exigem que a primeira parcela do financiamento comprometa no máximo 35% da renda familiar, antes esse imóvel de R$ 500 mil era acessível a uma família que ganhasse pelo menos R$ 13,3 mil. Agora, a renda mínima necessária passou a ser de R$ 9,6 mil. “Essa redução da faixa de renda exigida em quase 30% não é brincadeira. Em última análise, é como se o imóvel passasse a custar 30% menos”, diz Eduardo Muszkat, cofundador e CFO da Kzas.

Ao mesmo tempo, pelos cálculos da plataforma, os juros mais baixos permitem que aquela família com renda de R$ 13,3 mil hoje possa financiar um imóvel de R$ 700 mil – ou seja, um ganho de poder de compra de 40%. “Com juros mais baixos, famílias que não tinham acesso ao financiamento passam a ter, e as que já tinham podem fazer compras melhores”, diz ele.

Fonte: Portal Estadão.

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