25/03/2022

Francis Kéré recebe o Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022

Nós já falamos aqui no Blog da Oli sobre esse profissional e como ele costuma envolver a comunidade no processo de construção de seus edifícios – e com isso ganha o mundo, literalmente!

O vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022 é Diébédo Francis Kéré, mais conhecido apenas como Francis Kéré, arquiteto, educador, ativista social nascido em Burkina Faso, vencedor do Prêmio Aga Khan de Arquitetura em 2004 e autor do Pavilhão Serpentine de 2017. Reconhecido por “empoderar e transformar comunidades através do processo da arquitetura”, Kéré, o primeiro arquiteto negro a receber o prêmio, trabalha em regiões conhecidas por suas adversidades, utilizando materiais locais e construindo obras contemporâneas cujo valor ultrapassa a própria estrutura, servindo ao futuro de comunidades inteiras.

Pavilhão Serpentine de 2017 (Crédito: Courtesy of Francis Kéré)

“Através de edifícios que demonstram beleza, modéstia, ousadia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Kéré defende graciosamente a missão deste Prêmio”, diz o comunicado oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura.

Francis Kéré é o 51º vencedor do prêmio criado em 1979, sucedendo Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal. Elogiado por ir além dos limites do campo disciplinar, o arquiteto atua simultaneamente em Burkina Faso e na Alemanha.

“Espero mudar o paradigma, levar as pessoas a sonhar e arriscar. Não é porque você é rico que você deve desperdiçar material. Não é porque você é pobre que você não deve tentar criar algo de qualidade, […] Todo mundo merece qualidade, todo mundo merece luxo e todo mundo merece conforto. Estamos interligados e as preocupações com o clima, a democracia e a escassez são preocupações de todos nós” – Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022.

Burkina Institute of Technology (BIT) (Crédito: Courtesy of Francis Kéré)

Sobre o arquiteto
Nascido em Gando, Burkina Faso, em 1965 e radicado em Berlim, na Alemanha, Francis Kéré trabalha para “melhorar as vidas e experiências de inúmeros cidadãos em uma região do mundo que por vezes é esquecida”, diz o comunicado do Pritzker. Filho mais velho do chefe da aldeia e o primeiro da comunidade a frequentar a escola, as primeiras experiências de arquitetura de que se lembra estão ligadas à sua sala de aula de infância, que não tinha ventilação nem luz natural, e ao espaço pouco iluminado, mas seguro, onde sua avó lhe contava histórias. Em 1985, mudou-se para Berlim com uma bolsa de estudos de carpintaria, aprendendo a fazer telhados e móveis durante o dia, enquanto frequentava aulas à noite. Recebeu uma bolsa de estudos para frequentar a Technische Universität Berlin (Berlim, Alemanha) em 1995, graduando-se em 2004.

“Temos que lutar para criar a qualidade que precisamos para melhorar a vida das pessoas”. – Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022.

Quando ainda estava na faculdade, em 1998, criou a Fundação Kéré para arrecadar fundos e defender o direito de uma criança a uma sala de aula confortável. Seu primeiro edifício, a Escola Primária Gando, de 2001, foi erguido por e para os moradores locais, que construíram cada parte da edificação à mão, guiados pelas “formas inventivas que mesclam materiais vernaculares e engenharia moderna” do arquiteto. Este projeto lhe rendeu o Prêmio Aga Khan de Arquitetura em 2004 e o levou a abrir seu próprio escritório, Kéré Architecture, em Berlim no ano seguinte. Após esse projeto, outras obras de ensino e saúde foram encomendadas em Burkina Faso, Quênia, Moçambique e Uganda.

Leia a matéria completa em www.archdaily.com.br.

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