20/10/2020

Conheça 7 princípios dos espaços públicos

Entre os prédios, casas, lojas e empresas de uma cidade, há uma rede de espaços que criam e fortalecem conexões em diferentes níveis de influência. Em um texto, eles seriam as entrelinhas: o sentido implícito entre o concreto. Os espaços públicos, que preenchem com vida os hiatos urbanos, estão diretamente associados à construção do que chamamos de cidade, e influenciam as relações que se criam dentro delas.

“Quando nos referimos às ruas e demais espaços públicos de uma cidade, em realidade, estamos falando da própria identidade da cidade. São nesses espaços que se manifestam as trocas e relações humanas, a diversidade de uso e a vocação de cada lugar, os conflitos e contradições da sociedade”, explica Lara Caccia, especialista de Desenvolvimento Urbano do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.

A Olimóveis Urbanismo já percebeu isso há alguns anos e contempla em seus projetos espaços públicos que são referência, como o Mirante Arezzo (foto abaixo), no Loteamento Villa Toscana; e o Parque Romano, no Loteamento Villa Romana, ambos em Flores da Cunha. Ao invés de apenas atender a legislação e entregar áreas públicas vazias, oferece parques, mirantes e praças totalmente equipados com o objetivo de fazer com que as pessoas redescubram os espaços públicos.

“Essas áreas públicas moldam laços comunitários não apenas no bairro onde estão inseridas, mas na comunidade como um todo. Há, ainda, os benefícios para a saúde, tanto física quanto mental: as pessoas sentem-se melhores e tendem a ser mais ativas em espaços atrativos”, complementa o gerente de Urbanismo da Olimóveis, Joel Lanzarin.

Mirante Arezzo, no Loteamento Villa Toscana, em Flores da Cunha.

 

Um bom espaço público é aquele que reflete a diversidade e estimula a convivência entre as pessoas sem esforço, que cria as condições necessárias para a permanência, que convida as pessoas a estarem na rua. É a vitalidade dos espaços que atrai as pessoas e vai fazer com que escolham ou não ocupá-los, e o que garante essa vitalidade é a possibilidade de usufruir dos espaços urbanos de diversas formas.

Reunimos sete possibilidades que um bom espaço público deve apresentar para as pessoas – ou seja, sete motivos para que elas estejam lá. É uma via de mão dupla: as pessoas estarão na rua se sentirem segurança e a rua será um ambiente mais seguro quanto mais pessoas estiverem nelas. Vamos lá?

 

1. Diversidade de usos

Loteamento Alles Blau Norte, em Igrejinha, terá uma avenida repleta de espaços para as pessoas, com possibilidade de edificações com uso misto e fachadas ativas.

 

Mesclar o uso residencial com áreas de trabalho e usos comerciais, como bares, restaurantes, cafés e comércio local, atrai as pessoas e torna o ambiente mais seguro e amigável. A diversidade de usos gera atividades externas que contribuem para a segurança dos espaços: mais pessoas nas ruas ajudam a inibir a criminalidade.

 

2. Fachadas ativas

O Loteamento Villa Romana, em Flores da Cunha, também tem zoneamento misto para uma vida completa.

 

A comunicação entre o nível térreo dos prédios e a calçada e a rua em frente, por razões semelhantes às do item anterior, contribui para a segurança, mas também para a atratividade do desenho urbano. Ruas mais interessantes visualmente são mais utilizadas pelas pessoas.

 

3. Dimensão social e vitalidade urbana

Parque Romano integra o Loteamento Villa Romana e é totalmente acessível a todos.

 

Como agregador de pessoas, o espaço público tem poder de influência também na dimensão social. Ruas, praças, parques, calçadas e ciclovias amplos e acessíveis e um mobiliário urbano que estimula a interação entre as pessoas e o ambiente são elementos que geram uma apropriação positiva do espaço e aumentam a vitalidade urbana.

 

4. Fomento à economia local

No Parque Romano, famílias se reúnem para um momento de diversão e lazer.

Espaços públicos de qualidade não só beneficiam as pessoas, ao oferecer áreas de lazer e convivência, como têm potencial de fomentar a economia da área onde estão inseridos. Isso porque as boas condições de circulação das pessoas a pé ou de bicicleta leva também à facilidade de acesso ao comércio local.

5. Ruas Completas

Parque Romano é circundado por ciclovia e calçadas alargadas, incentivando a vida a pé.

 

Sempre que possível, as áreas públicas devem ser pensadas seguindo os princípios das Ruas Completas e dos “espaços compartilhados”. O conceito de Ruas Completas define ruas planejadas para garantir a circulação segura de todos os usuários – pedestres, ciclistas, motoristas e usuários de transporte coletivo. Calçadas em boas condições, infraestrutura para bicicletas, mobiliário urbano e sinalização para todos os usuários estão entre os elementos que podem compor uma rua completa.

 

6. Áreas verdes

O Parque Romano integra uma área de 24 mil m² de áreas verde e de lazer.

 

Além de contribuir para a qualidade do ar e ajudar a amenizar as temperaturas no verão, a vegetação tem o poder de humanizar as cidades, atraindo as pessoas para atividades ao ar livre. À medida que as cidades se tornam mais densas, o acesso a espaços públicos verdes será ainda mais importante, uma vez que a arborização urbana pode amenizar os níveis de estresse das pessoas e reforçar a sensação de bem-estar nas cidades.

 

7. Participação social

O Mirante Arezzo, no Loteamento Villa Toscana, em Flores da Cunha, se tornou ponto turístico da cidade.

 

Envolver a população na concepção, planejamento e administração dos espaços públicos da cidade ou dos bairros onde moram é essencial para manter a qualidade desses espaços. Os espaços públicos têm usos e significados diferentes em cada bairro e comunidade – ouvir as pessoas no gerenciamento das áreas públicas permite que se apropriem dos elementos presentes nesses espaços para melhorar seu uso. Se um espaço não refletir as demandas e desejos da população local, não será utilizado nem mantido.

 

Esses motivos integram o conceito The Power of 10 (O Poder do 10), da Project for Public Spaces (PPS), organização sem fins lucrativos dedicada a ajudar as pessoas a criar e manter espaços públicos. Este texto foi adaptado a partir do artigo ‘Em defesa da rua: 10 princípios para espaços públicos’, de Ben Rogers, publicado na coletânea ‘Making good – shaping places for people’ (em português, ‘Fazendo o bem – formando espaços para pessoas’), produzida pela Centre for London.

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