12/10/2017

Cidade para as crianças

Você já se perguntou qual o papel da cidade no cotidiano das crianças hoje em dia? Por segurança e pela agilidade, o contato direto das crianças com a cidade, especialmente nos grandes centros urbanos, está cada vez mais distante. Elas se deslocam por carros, brincam no playground de suas casas ou condomínios e acabam tendo uma visão limitada da cidade. Neste Dia das Crianças, selecionamos algumas leituras pra refletir a reaproximação entre os pequenos e a cidade.

O custo de vida na cidade, a disponibilidade dos pais para cuidar das crianças ou a condição de ter que pagar alguém para cuidá-la, a vida agitada da cidade, a segurança, entre outros fatores, têm gerado queda nas taxas de fecundidade nos centros urbanos. A matéria da revista Veja alerta que, neste ano, pela primeira vez na história, a população mundial de crianças com menos de 5 anos será ultrapassada pela faixa com mais de 65 anos de idade.

Assim, é preciso manter as crianças na cidade. A arquiteta e urbanista espanhola Irene Quintáns atua com a missão de mostrar aos brasileiros que lugar de criança também é na rua. Nesta entrevista conduzida pela Folha, ela diz que as crianças precisam se sentir pertencentes aos lugares aonde vivem e defende que para se orientar e absorver referências, as crianças precisam andar pela cidade. “Em oficinas, quando peço que crianças desenhem o caminho de casa para a escola, é muito clara a diferença. As que vão motorizadas só conseguem desenhar rua, semáforo e carro, já as que vão a pé desenham outros seres humanos, elementos naturais”, explica.

Este artigo do Archdaily vai ao encontro da proposta de Irene, defendendo a criação de locais públicos nas cidades pensados ou destinados às crianças, já que a falta de um planejamento nesse sentido gera inúmeros prejuízos. “O brincar está ligado à liberdade, mas a maioria dos espaços de convivência não é pensado para garantir a autonomia e a expressão das crianças. Elas geralmente não decidem a brincadeira a partir do que querem e gostam, mas do que lhes é oferecido”, reflete.

Por isso é essencial e imediato planejar as cidades com o intuito de garantir condições adequadas e que estimulem os pequenos a interagir brincando com a cidade diante de uma simples escada, por exemplo.

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